Cientistas australianos descobrem enzima que transforma ar em energia

A "Huc" conseguiu alimentar sensores biométricos, relógios digitais e calculadoras, utilizando o ar. E com maior concentração de hidrogênio, também pode ser uma potencial fonte de energia para dispositivos maiores.

quarta-feira, 22 de março, 2023 - 10:18

Esq-dir: Ashleigh Kropp e Rhys Grinter. Foto: Monash University

 

Recente pesquisa publicada na revista Nature pelos cientistas australianos Ashleigh Kropp e Rhys Grinter, do Monash University Biomedicine Discovery Institute, de Melbourne (Austrália), mostrou a descoberta de uma enzima chamada ‘Huc’, que pode transformar o ar em energia.

Na pesquisa, os cientistas utilizaram uma enzima consumidora de hidrogênio proveniente de uma bactéria comum encontrada no solo, a bactéria Mycobacterium smegmatis, que extrai energia do hidrogênio do ar para gerar uma corrente elétrica.

Conforme o microbiologista Rhys Grinter, a Huc consegue alimentar pequenos dispositivos portáteis como sensores biométricos, relógios digitais e calculadoras, utilizando o ar. E, se a concentração de hidrogênio for maior, ela também pode gerar mais corrente elétrica, sendo uma potencial fonte de energia para dispositivos maiores como smartwatches, smartphones e até carros.

 

Mapa da estrutura atômica da enzima Huc ( Imagem: Rhys Grinter, Monash University)

 

O experimento

Para isolar a enzima, os cientistas utilizaram a cromatografia, técnica que separa os componentes de uma mistura e, ao enviarem elétrons para uma amostra congelada de Huc, eles também mapearam a estrutura atômica da enzima e seus caminhos elétricos.

Isso os permitiu descobrir que o sítio ativo de Huc contém íons de níquel e ferro que aprisionam as moléculas de hidrogênio e retiram seus elétrons, gerando então um fluxo de elétrons para produzir a corrente elétrica.

Outros experimentos também mostraram que a enzima pode sobreviver ao congelamento ou aquecimento de até 80 ºC (176 ºF), permanecer estável ao longo do tempo e consumir hidrogênio em concentrações muito baixas.

 

(Fontes: Monash University, Revista Nature, Tech Mundo)

 

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