Brasileiros preferem cursos online para qualificação profissional

Pesquisa "Skills Outlook Employee View" aponta que cursos online são para os brasileiros a melhor maneira de se qualificarem para o mercado de trabalho.

quarta-feira, 26 de abril, 2023 - 09:00

 

A pesquisa Skills Outlook Employee View, divulgada nesta segunda-feira (24) no Brasil, aponta que cursos online são para os brasileiros a melhor maneira de se qualificarem para o mercado de trabalho. Mais de 80% preferem cursos virtuais, de curta duração. Realizada pela Pearson em parceria com o Google, a pesquisa ouviu 4 mil trabalhadores do Brasil, da Índia, do Reino Unido e dos Estados Unidos, entre agosto e setembro do ano passado, sendo mil de cada país, e foi divulgada globalmente no último dia 20.

Embora a educação formal ainda seja valorizada pelos trabalhadores no Brasil, a pesquisa identificou que apenas 34% preferem uma formação formal em uma universidade ou de um treinamento longo para aprender novas habilidades para suas carreiras. Vinte e dois por cento optam por se capacitarem por meio de sites e aplicativos online.

Habilidades

Para o diretor de Produto da Pearson, Eduardo Leite, a sondagem revela que o trabalhador brasileiro continua muito focado em soft skills (habilidades brandas). “Eu diria que o Brasil é um dos países que mais têm interesse em desenvolver essas soft skills e não apenas hard skills [habilidades técnicas]”. E aponta que as seis habilidades consideradas mais importantes pelos brasileiros são: trabalho em equipe, liderança, habilidades linguísticas, tomada de decisão, comunicação e agilidade. Porém, sugere que no período de cinco a dez anos, as hard skills focadas em tecnologia serão consideradas as mais necessárias.

Outro ponto que é bastante forte no Brasil em comparação aos Estados Unidos, Reino Unido, e mesmo aos países que não são de língua inglesa, é que aqui há muito interesse e necessidade em desenvolver um novo idioma. “A habilidade que as pessoas têm mais interesse em desenvolver para o futuro é ter outras idiomas, principalmente o inglês, porque elas entendem que isso vai ampliar as possibilidades de empregabilidade, especialmente em carreiras de tecnologia em que as pessoas estão conseguindo empregos fora, ou em multinacionais, inclusive com remuneração em moeda estrangeira. Essa é uma diferença quando se compara com países que têm o inglês como língua nativa”, destacou o diretor.

Outro ponto percebido no Brasil é que os trabalhadores procuram flexibilidade, por questões de mobilidade e o tempo gasto no transporte. Por isso, optam por poder estudar no seu próprio ritmo ou em momentos diversos, sendo essa uma tendência em expansão no Brasil. Aplicativos e plataformas online estão entre as formas preferidas de aprendizagem. Para os entrevistados brasileiros, os cursos rápidos e treinamentos intensivos ‘online’ aparecem, ao lado do diploma universitário, entre as melhores formas para se avançar na carreira.

Continuidade

Oitenta e cinco por cento dos trabalhadores brasileiros têm expectativa de continuar aprendendo ao longo da carreira e, para 83%, certificações, cursos de curta duração e bootcamps (ensino imersivo e intensivo) estão entre os preferidos para seu desenvolvimento profissional. Mais de 80% dos consultados defendem que as universidades devem se envolver mais na oferta de programas não formais para trabalhadores. Outra especificidade apontada pela pesquisa no Brasil é o interesse cada vez maior por microcredenciais, ou uma constante forma de aprendizagem. Há interesse grande no Brasil de as pessoas terem as próximas formações vinculadas com a empresa ou local onde estão trabalhando. Muitas vezes, quando a organização ou instituição oferece para o colaborador essa formação, em geral ela é bem específica e condiz com uma nova posição ou cargo dentro da empresa, onde há um interesse mútuo. A empresa tem um benefício porque seu funcionário vai desenvolver uma habilidade, e o trabalhador também satisfaz uma necessidade que a empresa mapeou para ele progredir na carreira.

Segundo o executivo Eduardo Leite, outra informação que chama a atenção é que a liderança aparece como algo que as pessoas estão desenvolvendo agora e têm interesse em desenvolver. Ele destacou que as as pessoas buscam ser um líder melhor, ainda mais agora, com novas tecnologias, e quando cada vez mais as pessoas estão entendendo a importância das relações humanas e, também, a colaboração entre os próprios trabalhadores.

(Fonte: Agência Brasil)

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