Engenheiros agrônomos brasileiros poderão acessar o mercado de trabalho dos Estados Unidos, Canadá e México, além de atuar em empresas multinacionais, ONGs internacionais e projetos de cooperação agrícola pelo mundo a partir do programa Certified Professional Agronomist Engineer (CPAE) – Brazil, lançado nesta quinta-feira (10/7), no Confea. Em construção desde 2018, a iniciativa é fruto de parceria entre o Conselho e a Sociedade Americana de Agronomia (ASA, na sigla em inglês).
Além de agradecer e parabenizar os conselheiros federais, lideranças e corpo técnico do Confea envolvidos na construção do projeto, o presidente do Confea, Vinicius Marchese, atribui parte do sucesso da inserção do Brasil na política da certificação ASA ao respeito mundial que o agronegócio brasileiro recebe. “Eles abriram as portas para a gente em um momento em que o Brasil e os Estados Unidos vivem um clima hostil. A ASA, hoje, tem 12 mil engenheiros agrônomos certificados. Nosso universo é de 135 mil. Lá no site deles já tem uma página em português para nossos profissionais utilizarem o serviço. Olha o tamanho da entrega que estamos fazendo. Se continuarmos assim, não tenho dúvida de que no final do mandato teremos um outro Sistema para os profissionais”, celebrou Vinicius durante o lançamento da Certificação CPAE, nesta quinta-feira (10/7), em Brasília.
O CEO da ASA, Jim Cudahy, explicou, em vídeo enviado para o evento, que os exames para a obtenção da certificação avaliam conhecimento em agronomia gerais, globais, e há também os conhecimentos específicos, da região de onde o profissional vem, e que, para tanto, eles contam com os parceiros locais para a elaboração das questões. “Não conseguiremos ter impacto no mundo sem o engajamento dos nossos parceiros de um dos países mais populosos do mundo”, comentou sobre a colaboração com o Confea. Atualmente, os exames da ASA custam US$ 225. Profissionais registrados no Sistema Confea/Crea terão 25% de desconto.
A prova contemplará quatro grandes temas: manejo de nutrientes, manejo de solo e água, manejo de pragas e manejo agropecuário. A informação foi apresentada por um dos protagonistas na construção do projeto, o ex-conselheiro federal e engenheiro agrônomo Luiz Antonio Corrêa Lucchesi, que, na ocasião, apresentou um histórico sobre a elaboração da proposta e do relacionamento com a ASA. ”Essa conversa vem sendo amadurecida nos eventos de agronomia para que estivéssemos aqui hoje. Mas ainda há muito trabalho por fazer, é uma construção continuada. É imprescindível que nossa Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), que nossos engenheiros agrônomos, que os estudantes e os professores apoiem esse projeto como aprimoramento da qualidade da formação dos engenheiros agrônomo do Brasil”, afirmou Lucchesi, antes de lembrar que ministrará palestras sobre o tema durante a 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) e durante o XXXIV Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA).
“Digo enquanto profissional da agronomia: muito obrigado por olhar por nós”, disse Rafael Bueno, secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal. “A produção agropecuária demanda muito recurso financeiro, demanda sustentabilidade econômica, ambiental e social. Por outro lado, é aquilo que chega à mesa do consumidor”.
Para a conselheira federal e engenheira agrônoma Giucélia Figueiredo, a certificação internacional vai fazer diferença na legitimidade da agronomia perante o povo brasileiro. “Estamos vivendo um momento histórico, nossa autoestima se eleva. Minha profissão é minha paixão. A partir dessa certificação, temos a tarefa de mostrar à sociedade brasileira que somos responsáveis pela segurança alimentar”, pontuou.
A primeira avaliação está prevista para agosto de 2025. As provas estarão disponíveis em português. Os critérios para se tornar um engenheiro agrônomo certificado são: ter registro ativo e regular no Sistema Confea/Crea e Mútua; comprovar no mínimo 5 anos de experiência profissional, registrada por meio de ARTs e acervo técnico; e não possuir sanções ético-disciplinares transitadas em julgado. A validade do certificado será de dois anos, com exigência de atualização profissional contínua.
Beatriz Leal
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Talita Sousa/RD7